segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sobre ser mulher
“Não sou certinha, não sou calma, não penso uma coisa só, o sangue me corre quente, sou da briga e quero brigar, dou risada alto, falo baixo, tenho explosões de alegria e fico muito, muito triste.”
Sobre viver intensamente
“Deixei de ser uma pessoa assustada e defendida, para aprender que não se morre de intensidade. Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento. Deve ser por isso que hoje a medida das coisas muitas vezes me escapa. Quando a gente perde a delicadeza de se deixar mobilizar pelo entorno e recupera isso depois, o valor dos sentimentos se eleva. E pega-se gosto na brincadeira – já que não mata, quero despencar em vertigem de dor até o fundo do poço, e quero subir gargalhando até o infinito supremo, e quero me largar nesse amor feito uma canoa no mar, e quero e quero e quero mais. [...] Quando o mundo fica bobo, não é nada mal se entregar assim. Sensações podem ser prazerosas ou ruins e fazem a gente palpitar, mas elas vêm de fora, e por isso os sentimentos a meu ver lhes são superiores, brotam por dentro, e não há um igual a outro.”

“Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelo colarinho. Carimbada de hematomas, reconheço, sou do segundo time.”
Sobre sexo
“A gente gasta um tempo danado seduzindo os outros. É uma espécie de vício que se aprende quando criança e que vamos sofisticando ao longo da vida. Verdade que nem sempre resulta em sexo, e muitas vezes nem é por ele que seduzimos, mas para sermos apreciados no ser que quer que seja.”

“Não considero sexo fundamental. Sexo é apenas delicioso.”
Sobre a paz (paradoxal) que vem da paixão
“Só sei viver um amor se antes passar pela cegueira da paixão. Não entregaria minha vida a outro de caso pensado, sou defendida e controladora demais. [...] Ou seja, pelo intelecto a coisa não vai. Só mesmo a paixão, que é do reino da loucura, me põe entregue e besta, com as patas arriadas no chão. E eis a contradição outra vez: nada me descansa mais que um amor insensato – quanta paz e conforto há naquele punhado de instantes em que se vislumbra o paraíso!”

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